quarta-feira, 24 de novembro de 2010

TRANGÊNICOS


Conteúdo:Biotecnologia


Objetivos :
Discutir as formas naturais e artificiais de criação de sementes reprodutoras e examinar o impacto da produção de vegetais transgênicos

Texto-Reportagem da VEJA:
Frankenstein, O Médico e o Monstro, O Aprendiz de Feiticeiro: todas essas referências literárias vêm sendo associadas, justa ou injustamente, à criação de plantas e variedades vegetais em laboratório. A reportagem de VEJA sobre os produtos transgênicos lista algumas previsões sombrias dos adversários desses alimentos, que enfatizam os possíveis danos ambientais resultantes da diminuição da biodiversidade. O desaparecimento das variedades uniformiza as plantações, advertem eles. Assim, se aparecer uma praga nova, contra a qual a variedade transgênica não tem defesas, a safra inteira poderá se perder. Essa argumentação tem fundamento. Mas, no essencial, ela remete a medos mais antigos, presentes nas mais diversas culturas, tais como a rebelião da criatura contra o criador e o avanço pela trilha da sabedoria sem uma preparação adequada.

Será que esses perigos não fazem parte da trajetória do homem sobre a Terra? Afinal, contam as narrativas bíblicas, foi a tentação do acesso ao fruto proibido do conhecimento "do bem e do mal" que levou o primeiro casal a desobedecer a seu criador e perder o paraíso - mas, em troca, lhes deu o domínio do planeta. O plano de aula pode ajudá-lo a examinar, com seus alunos, os riscos e potencialidades dos frutos contemporâneos do conhecimento, criados nos laboratórios genéticos.

Bactérias prestativas
Quando pensamos em adotar uma forma de alimentação mais saudável, exclusivamente "natural", é muito comum esquecermos que essa forma de produção de alimentos se torna muito cara para o produtor e para quem está na outra ponta - o consumidor. A exploração desse tipo de agricultura só é viável em pequena escala, pois somente assim o produtor poderá controlar as "ervas daninhas", além das dezenas de insetos, fungos, bactérias e outros seres vivos, sem se utilizar dos defensivos agrícolas.

Em termos mundiais, é completamente inviável imaginarmos uma produção de alimentos sem agrotóxicos. Seria exorbitante o gasto que o produtor teria na produção "natural" em grandes extensões, assim como seria inimaginável o preço que se cobraria por um simples pé-de-alface.

Além disso, não basta produzir o alimento a preço baixo. Deve-se produzi-lo em quantidade para atender a uma população mundial que já está na casa dos 6,1 bilhões. A situação fica ainda mais complicada se considerarmos que 60% de toda essa gente, ou seja, 3,6 bilhões de bocas, têm sua alimentação dependente de apenas três cereais: trigo, milho e arroz.

A luta pela produtividade exige uma mobilização incessante contra as pragas: no mundo inteiro, gastam-se 40 bilhões de dólares por ano com inseticidas e herbicidas.

Atualmente os pesquisadores estão procurando formas de diminuir os efeitos econômicos e ambientais do uso dessas substâncias, introduzindo modificações no patrimônio genético de alguns vegetais - os vegetais transgênicos.

O processo mais tradicional para introduzir um gene diferente nos cromossomos de uma planta utiliza como veículo a Bacterium tumefaciens, que transfere naturalmente parte do seu DNA para os cromossomos das plantas infectadas. Os pesquisadores descobriram como remover os genes da bactéria causadores de infecções, substituindo-os pela carga genética que pretendiam introduzir. Em seguida, a bactéria se encarrega de transportar o novo gene para o núcleo da célula vegetal.

Transgênicos em nossa mesa: Como observa a reportagem de VEJA, os alimentos transgênicos vieram para ficar. Entre eles destacam-se os seguintes itens:
Cenoura - Mais doce do que as cenouras comuns, a cenoura betasweet contém doses extras de beta-caroteno, vitamina cuja carência está associada a vários tipos de câncer.
Batata - Não fica escura depois de descascada. Cientistas australianos obtiveram a seqüência do material genético que faz as batatas escurecerem e interromperam seu funcionamento.
Arroz - O cereal tem mais proteínas do que o arroz comum.
Melão - A fruta, modificada geneticamente, é mais resistente aos vírus.
Milho - Foi transferido para o milho um gene originário da bactéria Bacillus thuringiensis. Esse gene o torna resistente a uma praga que devasta até 7% das colheitas.
Tomate - O Favr Sadr amadurece mais devagar, o que facilita sua estocagem. Foi o primeiro alimento transgênico a ser comercializado.
Ervilha - A alteração dos genes permite sua conservação por mais tempo.

Atividades:1. Após a leitura da reportagem e do texto de apoio, peça para que os alunos pesquisem:
os preços e a composição de alguns produtos alimentícios, buscando a identificação de subprodutos transgênicos;
os preços e rótulos dos principais defensivos agrícolas;
o tempo de reprodução e/ou coleta dos principais vegetais presentes na sua alimentação

2. Mesmo sabendo que é impossível o cultivo em larga escala de produtos naturais, divida a classe em três grupos e encarregue cada um deles de defender, num debate, uma forma de produção alimentar: transgênicos, natural com uso de defensivos agrícolas e natural sem defensivos agrícolas. Feche o debate lembrando a necessidade do acompanhamento permanente dos eventuais efeitos dos trangênicos sobre alimentação humana
Adaptado da Revista Nova Escola

Nenhum comentário:

Postar um comentário